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quarta-feira, 18 de maio de 2011
quinta-feira, 21 de abril de 2011
CEAM - PROJETO MUDANÇAS GLOBAIS
A reedição do Sujismundo será um mote divertido para o projeto Mudanças Globais no Colégio Estadual Abdias Menezes. Tudo sugestão da criativa Prof. Aline.
"Sujismundo foi um personagem de banda desenhada, criado por Ruy Perotti, utilizado em filmes de publicidade para televisão, muito popular na década de 1970 no Brasil.
Criado para uma campanha educativa do Governo Federal intitulada "Povo desenvolvido é povo limpo", incentivava a limpeza e a higiene nas cidades. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Sujismundo)"
Estou com uma dúvida... Em alguns sites encontrei Sujismundo escrito com "g"... Alguém pode me ajudar??? Bem... Acredito com seja com "j", se considerarmos que deriva de sujo, mas como trata-se de um nome de personagem... Eis a dúvida.
"Sujismundo foi um personagem de banda desenhada, criado por Ruy Perotti, utilizado em filmes de publicidade para televisão, muito popular na década de 1970 no Brasil.
Criado para uma campanha educativa do Governo Federal intitulada "Povo desenvolvido é povo limpo", incentivava a limpeza e a higiene nas cidades. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Sujismundo)"
Estou com uma dúvida... Em alguns sites encontrei Sujismundo escrito com "g"... Alguém pode me ajudar??? Bem... Acredito com seja com "j", se considerarmos que deriva de sujo, mas como trata-se de um nome de personagem... Eis a dúvida.
Sugismundo
Em sua primeira veiculação a campanha do "Sugismundo" agradou a crianças, jovens e adultos e certamente atingiu o propósito de conscientizar a população sobre o assunto da destinação do lixo.
Sugismundo foi um personagem de banda desenhada, criado por Ruy Perotti, utilizado em filmes de publicidade para televisão, muito popular na década de 1970 no Brasil.
Criado para uma campanha educativa do Governo Federal intitulada "Povo desenvolvido é povo limpo", incentivava a limpeza e a higiene nas cidades.
Porém, muito se especulou a respeito dos resultados da campanha lançada em favor da higiene individual e coletiva através dos desenhos animados de Sugismundo, criado por Ruy Perotti.
Há quem diga que, simpatizadas com Sugismundo por seu carisma, muitas crianças se recusaram terminantemente que suas mães os banhassem, no início dos anos 70. Todas queriam ficar iguais a ele.
Leia mais: http://www.vassourando.com/2007/06/sugismundo.html#ixzz1KCJAgEE4
Sugismundo foi um personagem de banda desenhada, criado por Ruy Perotti, utilizado em filmes de publicidade para televisão, muito popular na década de 1970 no Brasil.
Criado para uma campanha educativa do Governo Federal intitulada "Povo desenvolvido é povo limpo", incentivava a limpeza e a higiene nas cidades.
Porém, muito se especulou a respeito dos resultados da campanha lançada em favor da higiene individual e coletiva através dos desenhos animados de Sugismundo, criado por Ruy Perotti.
Há quem diga que, simpatizadas com Sugismundo por seu carisma, muitas crianças se recusaram terminantemente que suas mães os banhassem, no início dos anos 70. Todas queriam ficar iguais a ele.
Leia mais: http://www.vassourando.com/2007/06/sugismundo.html#ixzz1KCJAgEE4
quinta-feira, 14 de abril de 2011
PROFESSORES E ALUNOS DA UESB EM GREVE
Nesta quarta, 13, alunos e professores da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia foram às ruas de Vitória da Conquista e protestaram com apitos, faixas e cartazes sobre a real situação da educação pública baiana. O evento que partiu da Praça Guadalarrara (Praça da Normal) encerrou na Praça Nove de Novembro onde os manifestantes discursaram.
Os professores e estudantes estão em greve, por tempo indeterminado, desde o dia 05 de abril. As principais reivindicações dos professores são a revogação do decreto 12.583, de fevereiro, que restringe o orçamento da universidade, e a retirada do acordo proposto pelo governo de uma cláusula que determina que os professores só podem apresentar novas queixas e reivindicações em 2015. Tal cláusula, de acordo os professores, foi apresentada no último momento durante negociações salariais em dezembro do ano passado. É, no mínimo intrigante, que o governo tenha proposto o silêncio da categoria por quatro anos. Logo este governo que tem suas origens no movimento sindical.
Depois da era ACM, o mínimo que a educação pública necessita, nesse momento, é a valorização do profissional da educação, a concretização de ações para reparar os danos sofridos, sejam estes relacionados às condições de trabalho, qualificação profisional, ou reajuste salarial.
Os professores e estudantes estão em greve, por tempo indeterminado, desde o dia 05 de abril. As principais reivindicações dos professores são a revogação do decreto 12.583, de fevereiro, que restringe o orçamento da universidade, e a retirada do acordo proposto pelo governo de uma cláusula que determina que os professores só podem apresentar novas queixas e reivindicações em 2015. Tal cláusula, de acordo os professores, foi apresentada no último momento durante negociações salariais em dezembro do ano passado. É, no mínimo intrigante, que o governo tenha proposto o silêncio da categoria por quatro anos. Logo este governo que tem suas origens no movimento sindical.
Depois da era ACM, o mínimo que a educação pública necessita, nesse momento, é a valorização do profissional da educação, a concretização de ações para reparar os danos sofridos, sejam estes relacionados às condições de trabalho, qualificação profisional, ou reajuste salarial.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
A VIOLÊNCIA E A EDUCAÇÃO
Nas escolas acontecem, diariamente, situações conflituosas envolvendo alunos, pais de alunos, professores e funcionários. Muitos desses problemas acabam em discussões, brigas com instrumentos cortantes ou até armas de fogo, que terminam, algumas vezes, em morte. Na maioria dos casos verifica-se a intolerância, seja por causa de um apelido, namoro acabado, xingamento, ameaça, segredo revelado, preconceito, bullying, furto, inveja, entre outros. Essas situações contradizem a função da escola e demonstram a fragilidade do sistema educacional em curso.
Como resposta, a cada dia os regimentos escolares são construídos com base nesses acontecimentos, a fim de combatê-los com medidas coercitivas, respaldadas pela comunidade escolar e seus representantes. Tudo parece simples e o ato de cometer infrações tem penas que variam, a depender da gravidade do fato, em advertência (oral ou escrita), suspensão ou expulsão. E o aluno envolvido ou o grupo e alunos serão penalizados e voltam a estudar em outras escolas.
Tudo isso seria um absurdo se a sociedade desse bons exemplos. Diante da corrupção, dos contrabandos, dos escândalos políticos, da violência doméstica e urbana, dos latrocínios, dos crimes hediondos sem solução, do policiamento falido e tanta impunidade, a juventude perdeu a credibilidade no Estado e cresce assistindo a tudo na televisão e sem censura. Como orientar essa juventude, se dentro de sua própria casa convive com a imoralidade, alcoolismo, drogas, violência moral e sexual? Tem violência pra todo lado e impunidade também.
Quando acontece um crime como o “Massacre no Realengo”, todos se perguntam por quê? O que se passava na cabeça desse jovem? Que motivos o levaram a cometer tamanha barbaridade? E aí nos lembramos de outros, como o crime contra Isabela Nardoni, ou da Procuradora de Justiça aposentada que espancava uma criança de 2 anos, ou ainda a chacina da candelária, ou aquele caso assustador de uma garota de 9 anos encontrada morta dentro de uma mala e tantos outros crimes bárbaros inexplicáveis. Crimes que independem do laço familiar ou da formação acadêmica ou ainda da profissão exercida, revelando que o instinto prevalece em nossa sociedade.
Observa-se que a situação nas escolas públicas brasileiras é de total insegurança, não por falta de policiamento, porque lugar de polícia não é dentro da escola, como disse um dos sargentos em entrevista, “pois se tivesse um policial na escola no momento do massacre também teria sido morto”, afirmou o Sargento Alves, considerado herói pela população local, por ter impedido o rapaz de continuar atirando nas crianças.
Na Bahia, poderíamos citar centenas de casos de violência nas escolas nos últimos anos. Em Vitória da Conquista, um estudante, de 19 anos, levou oito tiros no ano passado. No mês passado, um estudante do Colégio Estadual José de Sá Nunes, foi morto no passeio da escola. São constantes os casos de ameaça, violência física e moral nas escolas públicas, e conviver com a insegurança é, no mínimo, angustiante para a comunidade. Então, qual seria a solução para a violência na escola?
Enquanto não se encontra uma resposta definitiva, o Estado deveria ser mais ágil que burocrático e aplicar mais recursos nas escolas em infraestrutura e pessoal qualificado. O investimento em segurança é essencial no sentido de viabilizar estrutura, tecnologias e pessoal qualificado, garantindo que o profissional atue em sua área, com as atribuições de sua competência, sem acúmulo de funções e melhores salários.
Enquanto não se encontra uma resposta definitiva, o Estado deveria ser mais ágil que burocrático e aplicar mais recursos nas escolas em infraestrutura e pessoal qualificado. O investimento em segurança é essencial no sentido de viabilizar estrutura, tecnologias e pessoal qualificado, garantindo que o profissional atue em sua área, com as atribuições de sua competência, sem acúmulo de funções e melhores salários.
Na verdade, faltam funcionários nas escolas. É comum o porteiro varrer o pátio enquanto olha a entrada do colégio e orienta o estacionamento dos carros; a cozinheira lavar o banheiro enquanto o mingau cozinha; o vice-diretor reproduzir material didático, enquanto o sinal não toca; a diretora atender na secretaria, enquanto imprime o pedido de licitação e verifica o último projeto enviado pelos professores; a secretária escolar ir à Secretaria de Educação levar os ofícios da Direção solicitando soluções para resolver o problema da cantina, enquanto verifica a lista de compras da escola; o professor abordar o aluno em sala por porte ilegal de armas enquanto grampeia as atividades escolares e revisa o assunto; a biblioteca não existe ou não funciona por falta de funcionário; o setor de informática está defasado, os equipamentos pedagógicos estragados, o banheiro entupido e por aí vai. E com o acúmulo de funções o Projeto Político Pedagógico fica comprometido, e a escola continuará funcionando precariamente.
O que será preciso acontecer mais, para que essa situação mude? Será mesmo que os representantes do povo não constataram isso? Profissionais da educação estressados por acúmulo de funções, famílias desesperadas sem saber se o filho voltará vivo para casa, sociedade em pânico porque o descaso continua.
Lorena Gusmão Di Lauro
Professora da Rede Estadual de Vitória da Conquista-Bahia.
(É um desabafo... É que é revoltante a nossa situação enquanto educador.)
domingo, 3 de abril de 2011
Falando em Educação
Muitas vezes nos deparamos com a indagação: o que é educação? Educação é a mesma coisa que sistema escolar? Antes responder à pergunta, vamos fazer uma breve caracterização e, com isso podemos melhor entender o alcance daquilo que se entende quando falamos em educação, sobre sistema educacional ou sistema escolar.
Educação
Podemos dizer que não encontramos um sentido unívoco para esse termo. Educação é algo tão abrangente quanto as relações humanas. Podemos confirmar isso a partir da afirmação de C. R. Brandão (1985) que, nas primeiras linhas de "o que é educação", afirma:
"Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação." (BRANDÃO, 1985, p. 7. grifos nossos)
Partindo dessa afirmação já constatamos que educação ultrapassa o ambiente escolar, pois ela ocorre "em casa, na rua, na igreja ou na escola". Além disso, "todos nós envolvemos pedaços da vida com ela". Por que não escapamos, e por que todos nós temos "pedaços de vida" envolvidos nela? Porque estamos todos os instantes realizando atos de aprendizagem e de ensino; pela educação desenvolvemos nossa capacidade e potencialidades para o "saber" e para o "fazer". Em tudo isso se manifesta uma de suas características que é o processo. Educação não é um ponto de chegada, mas um processo. Nesse processo está presente a dinamicidade das ações e relações entre as pessoas e grupos o que faz desse processo um mecanismo que pode produzir transformações sociais, mas que, em geral, reforça e mantém a sociedade estratificada, como veremos a seguir.
Podemos dizer, portanto que em todas as dimensões da vida existem processos educacionais, como afirma Luckesi:
"A educação é um típico 'que-fazer' humano, ou seja, um tipo de atividade que se caracteriza fundamentalmente por uma preocupação, por uma finalidade a ser atingida. A educação dentro de uma sociedade não se manifesta como um fim em si mesmo, mas sim como um instrumento de manutenção ou transformação social." (LUCKESI, 2001, p. 30).
A afirmação do autor implica dizer que o processo educacional exige que olhemos para as ações humanas, as quais se explicam na relação com sua finalidade. As ações humanas se caracterizam por serem "instrumentos" para a "manutenção ou transformação social". Isso implica dizer que a educação é um dos elementos que ajudam a constituir e moldar a sociedade. Para a sociedade ser do jeito que é – ou que está – ocorreram ações e processos educativos: a sociedade se educou para isso. "A educação participa do processo de produção de crenças e idéias, de qualificações e especialidades que envolvem as trocas de símbolos, bens e poderes que, em conjunto, constroem tipos de sociedades. É esta a sua força" (BRANDÃO, 1985, p. 11).
Algo semelhante afirma Gadotti (1984), a partir de uma afirmação gramsciniana, que "Cada classe tem os seus intelectuais, o seus ideólogos, os seus educadores, cujas tarefas, na sociedade, distinguem-se apenas por grau e por maior ou menor incidência do trabalho intelectual na sua prática profissional" (GADOTTI, 1984, p.75). E são esses que recriam, constantmente, a ideologia de sua classe ou da classe que representam.
Isso nos leva à afirmação Freireana: "ninguém educa ninguém, ninguém se educa sozinho. As pessoas se educam em comunidade", (GADOTTI, 1984; BRANDÃO, 1985) poderíamos dizer que as ações educacionais ocorrem em processo, implicando dizer que estamos trabalhando com algo dinâmico o qual se renova constantemente, pois as ações processuais implicam em recriações constantes. No processo educacional, paradoxalmente, pretende-se preservar valores, mas, ao mesmo tempo, pretende-se recriar ou criar novos valores. Sendo que, por vezes, os valores da classe dominante são recriados para manter inalteradas as relações de dominação (GUARESCHI, 1989).
Partindo disso podemos dizer que estagnação é negação da educação. Entretanto a sociedade humana, apesar de se caracterizar pela constância do progresso, concretamente é avessa às novidades. Por mais que se beneficie com a evolução, com o progresso, com o desenvolvimento, sempre que se defronta com situações que demandam a "desinstalação" para instalação de novidades o ser humano cria resistências. O novo incomoda... e, sendo assim, o processo educacional é um processo incômodo... embora visto como necessário.
O processo educacional também pode ser caracterizado pela formalidade e pela informalidade. Informalmente o processo educacional ocorre no cotidiano das pessoas e nas relações humanas; essa ação cotidiana e informal refere-se à troca de experiência e à manutenção de valores da sociedade ou de um grupo dentro da sociedade. A educação informal, pode ser identificada como aqueles processo e ações que ocorrem no cotidiano e nas inter-relações das pessoas e grupos; é prenhe da ideologia ou dos valores do senso comum; dos valores preservados pela sociedade em que se insere. As relações cotidianas ocorrem de maneira informal e nelas se manifestam ações educacionais, muitas vezes não intencionadas, mas sempre carregadas dos valores.
Por sua vez o processo formal ou a educação formal, que recebe essa caracterização justamente por ser algo planejado, ocorre, principalmente, a partir de dentro da instituição escolar. A escola acaba sendo um espaço privilegiado para esse processo, principalmente porque na escola não há espaço para a informalidade. Nesse ambiente o processo é planejado justamente para resultar os interesses e os valores da sociedade em que está inserido. A educação formal, escolar, reflete sempre a sociedade dominante e, por esse motivo a escola é uma instituição reprodutora, pois representa a classe que a organiza e mantém.
Uma vez que a instituição escolar é um espaço em que ocorre o processo formal de educação, podemos dizer que esse ambiente e processo – formal-escolar – manifesta e produz divisão social. Divide-se a sociedade entre os que estudaram e os que não estudaram; entre os que alcançaram ascensão sócio-econômica, a partir do processo educacional e os que não alcançaram melhorias significativas em sua qualidade de vida ou, por vezes, nem entram no processo escolar.
Em contrapartida e numa perspectiva dialética, alguns teóricos vêm, no processo educacional um instrumento de libertação (educação crítica, educação libertadora...), na medida em oferece perspectivas de transformação social (LIBÂNEO, 1990; LUCKESI 1993; GADOTTI, 1984). Dentro desta perspectiva "a educação é ai compreendida como um dos instrumentos de apoio na organização e na luta do proletariado contra a burguesia" (AZEVEDO, 2004, p. 40). Evidentemente que não se pensa que a educação seja, sozinha, capaz de produzir todas as transformações de que os trabalhadores precisam, mas pode ser um dos caminhos para isso."Se ideais são necessários para dar vida à nossa prática, eles são insuficientes para gerar mudanças" (GADOTTI, 1984, p. 77).
Apesar disso, parece que uma das principais características do processo educacional, é o fato de ser um instrumento que produz e mantém a dominação. Neste caso a educação é vista como um aparelho reprodutor das mazelas sociais. Essa perspectiva foi proposta, principalmente, a partir das análises de L. Althusser, ao comentar os aparelhos de reprodução da sociedade, mostrando que o processo educacional é reprodutivista (LIBÂNEO, 1990; LUCKESI 1993) uma vez que ele é criado "pelo grupo dominante para reproduzir seus interesses, sua ideologia" (GUARESCHI, 1989, p. 69).
Em razão disso somos levados a crer que o processo educacional – formal ou não formal – não tem poder transformador, mas, pelo contrário, é reprodutor. Isso porque quando falamos em educação falamos em valores e os valores preservados e ensinados, são os da classe dominante. Já que os interesses da sociedade são definidos pela classe dominante, os valores ensinados serão os seus valores. Podemos dizer, portanto, que ao surgir uma classe dominante nasce, também, a necessidade de instituições que a mantenham. Entre essas instituições está a escola que, ao mesmo tempo reproduz os valores hegemônicos e instrui quadros para a manutenção do aparato estrutural dessa sociedade.
"Não é necessário dizer que a educação imposta pelos nobres se encarrega de difundir e reforçar esse privilégio. Uma vez constituídas as classes sociais, passa a ser um dogma pedagógico a sua conservação, e quanto mais a educação conserva o status quo, mais ela é julgada adequada. Já nem tudo o que a educação inculca nos educandos tem por finalidade o bem comum, a não ser quando esse 'bem comum' pode ser uma premissa necessária para manter e reforçar as classes dominantes. Para estas, a riqueza e o saber; para as outras, o trabalho e a ignorância." (PONCE, 2001, p. 28, grifos nossos)
As Escolas
Assim sendo, se perguntássemos quando, como e por que surgem as escolas, teríamos, como resposta a afirmação de que a escola nasce com o nascimentos da divisão da sociedade em classes. As sociedades pré-classistas não tinham necessidade da escola, porque seus valores eram mantidos pela tradição, informal, e atendia aos interesses de todo o grupo. A escola nasceu quando a sociedade se estratificou. E, quanto mais complexa a sociedade, mas especializada deve ser a escola.
Em síntese, podemos reafirmar que, historicamente, nem sempre existiu isso que chamamos de instituição escolar. Essa, como outras, é uma instituição que apareceu na história da humanidade, a partir do momento em que se fez necessário formar um grupo específico para cuidar da manutenção de um modelo específico de sociedade. Podemos dizer que o desenvolvimento das sociedades estratificadas e a presença de um aparato estatal exigiu a formação de quadros para a manutenção do poder. Dessa forma os integrantes da classe dominante criaram mecanismos para oferecer mais do que os conhecimentos míticos aos seus filhos. Era necessário dominar conhecimentos específicos para a manutenção da máquina do Estado. E, evidentemente, para esse novo modelo já se fazia necessária uma formalização do processo educacional, daí a necessidade da escola e o aparecimento de pessoas que dominassem os conhecimentos e os soubessem transmitir. E ao que tudo indica esse modelo nasceu a partir dos sacerdotes que, quase sempre, foram os guardiões dos saberes.
Embora esteja se referindo especificamente ao mundo mesopotâmico, as palavras de Giles se aplicam, também a outras sociedades:
"À casta sacerdotal deve-se o primeiro sistema de ensino formal, motivado pela necessidade de formar o sacerdote escriba, guardião da ordem religiosa e encarregado da administração da sociedade, membro da classe dos baluartes do absolutismo político e da ordem sócio-econômica" (GILES, 1987, p. 7, grifo nosso).
Em síntese podemos observar que cada sociedade moldou seu processo educacional de acordo com suas necessidades. Esse processo não nasceu com a função de preparar horizontes, e abrir perspectivas, na linha de frente de todos os processos de desenvolvimento humano, mas ao contrário, desenvolveu-se como suporte e manutenção dos valores da sociedade em que se manifesta. Isso justifica a afirmação de que cada sociedade desenvolveu o seu modelo educacional para que fosse eficaz dentro desse modelo. O que exclui as possibilidades de modernização e rebelião, pois nasce como mecanismo reforçador.
"para ser eficaz toda educação imposta pelas classes proprietárias deve cumprir as três finalidades essenciais seguintes: 1º destruir os vestígios de qualquer tradição inimiga, 2º consolidar a ampliar a sua própria situação de classe dominante, e 3º prevenir uma possível rebelião das classes dominadas" (PONCE 2001, p. 36.
Essa perspectiva pode ser corroborada pelas palavras de C. R. Brandão, dizendo que "não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é sua única prática e o professor profissional não é seu único praticante" (BRANDÃO, 1985, p. 9). Esse processo é amplo e varia de acordo com as necessidades do grupo dominante.
Nesse ponto podemos acrescentar que, embora sendo um processo, educação não pode ser confundida com sistema escolar, nem com a instituição escolar. A escola é apenas um dos espaços – ou instituição – em que acontece uma parte do processo educativo. Outros espaços podem ser mencionados como: família, local de trabalho, círculo de amizades, veículos de comunicação de massa. Ou seja, o processo educativo ultrapassa a escola, embora a escola seja um espaço privilegiado onde ela acontece.
Isso precisa ficar claro para não cairmos na absolutização da escola, como espaço ou processo educacional. Em todos os processos a educação é um meio – ou canal- pelo qual se veiculam os valores da classe dominante. Pode até ser, em alguns momentos ou em algumas circunstâncias, usado para a rebelião, para a proposição de novidades, mas só será u processo educacional rebelde até sua institucionalização, pois a partir do momento em que o novo se instala, passa a buscar meios e mecanismos para a sua auto-preservação. Passa a ser mecanismo de manutenção de uma situação...
Referências
AZEVEDO, Janete M. Lins de. A Educação como Política Pública. 3 ed. Campinas: Autores Associados, 2004
BRANDÃO, C. Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Abril Cultura; Brasiliense, 1985
GADOTTI, Moacir. História das Idéias pedagógicas. 8 ed. São Paulo: Ática, 2001
GADOTTI, Moacir, Educação e poder: introdução à pedagogia do conflito. 5 ed. São Paulo: Cortez-Autores Associados. 1984
GILES, T. Ransom. História da Educação. São Paulo: E.P.U. 1987
GUARESCHI, Pedrinho A. Sociologia Crítica: alternativas de mudanças. 19 ed. Porto Alegre: Mundo Jovem. 1989
LIBÂNEO, José C. Democratização da Escola Pública:a pedagogia crítico-social dos conteúdos. 9 ed. São Paulo: Loyola, 1990
LUCKESI, Cipriano C. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez, 2001
PONCE, Aníbal, Educação e Luta de Classes. 18 ed. São Paulo: Cortez, 2001.
Neri de Paula Carneiro – Mestre em Educação
Filósofo, Teólogo, Historiador
Leia mais: http://falaescrita.blogspot.com/; http://ideiasefatos.spaces.live.com; www.brasilescola.com.br; http://www.artigonal.com/
Ao usar este artigo, mantenha os links e faça referência ao autor:
Educação E Educação Escolar publicado 26/07/2008 por NERI P. CARNEIRO em http://www.webartigos.com
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/8120/1/Educacao-E-Educacao-Escolar/pagina1.html#ixzz1IVucAQ44
Educação
Podemos dizer que não encontramos um sentido unívoco para esse termo. Educação é algo tão abrangente quanto as relações humanas. Podemos confirmar isso a partir da afirmação de C. R. Brandão (1985) que, nas primeiras linhas de "o que é educação", afirma:
"Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação." (BRANDÃO, 1985, p. 7. grifos nossos)
Partindo dessa afirmação já constatamos que educação ultrapassa o ambiente escolar, pois ela ocorre "em casa, na rua, na igreja ou na escola". Além disso, "todos nós envolvemos pedaços da vida com ela". Por que não escapamos, e por que todos nós temos "pedaços de vida" envolvidos nela? Porque estamos todos os instantes realizando atos de aprendizagem e de ensino; pela educação desenvolvemos nossa capacidade e potencialidades para o "saber" e para o "fazer". Em tudo isso se manifesta uma de suas características que é o processo. Educação não é um ponto de chegada, mas um processo. Nesse processo está presente a dinamicidade das ações e relações entre as pessoas e grupos o que faz desse processo um mecanismo que pode produzir transformações sociais, mas que, em geral, reforça e mantém a sociedade estratificada, como veremos a seguir.
Podemos dizer, portanto que em todas as dimensões da vida existem processos educacionais, como afirma Luckesi:
"A educação é um típico 'que-fazer' humano, ou seja, um tipo de atividade que se caracteriza fundamentalmente por uma preocupação, por uma finalidade a ser atingida. A educação dentro de uma sociedade não se manifesta como um fim em si mesmo, mas sim como um instrumento de manutenção ou transformação social." (LUCKESI, 2001, p. 30).
A afirmação do autor implica dizer que o processo educacional exige que olhemos para as ações humanas, as quais se explicam na relação com sua finalidade. As ações humanas se caracterizam por serem "instrumentos" para a "manutenção ou transformação social". Isso implica dizer que a educação é um dos elementos que ajudam a constituir e moldar a sociedade. Para a sociedade ser do jeito que é – ou que está – ocorreram ações e processos educativos: a sociedade se educou para isso. "A educação participa do processo de produção de crenças e idéias, de qualificações e especialidades que envolvem as trocas de símbolos, bens e poderes que, em conjunto, constroem tipos de sociedades. É esta a sua força" (BRANDÃO, 1985, p. 11).
Algo semelhante afirma Gadotti (1984), a partir de uma afirmação gramsciniana, que "Cada classe tem os seus intelectuais, o seus ideólogos, os seus educadores, cujas tarefas, na sociedade, distinguem-se apenas por grau e por maior ou menor incidência do trabalho intelectual na sua prática profissional" (GADOTTI, 1984, p.75). E são esses que recriam, constantmente, a ideologia de sua classe ou da classe que representam.
Isso nos leva à afirmação Freireana: "ninguém educa ninguém, ninguém se educa sozinho. As pessoas se educam em comunidade", (GADOTTI, 1984; BRANDÃO, 1985) poderíamos dizer que as ações educacionais ocorrem em processo, implicando dizer que estamos trabalhando com algo dinâmico o qual se renova constantemente, pois as ações processuais implicam em recriações constantes. No processo educacional, paradoxalmente, pretende-se preservar valores, mas, ao mesmo tempo, pretende-se recriar ou criar novos valores. Sendo que, por vezes, os valores da classe dominante são recriados para manter inalteradas as relações de dominação (GUARESCHI, 1989).
Partindo disso podemos dizer que estagnação é negação da educação. Entretanto a sociedade humana, apesar de se caracterizar pela constância do progresso, concretamente é avessa às novidades. Por mais que se beneficie com a evolução, com o progresso, com o desenvolvimento, sempre que se defronta com situações que demandam a "desinstalação" para instalação de novidades o ser humano cria resistências. O novo incomoda... e, sendo assim, o processo educacional é um processo incômodo... embora visto como necessário.
O processo educacional também pode ser caracterizado pela formalidade e pela informalidade. Informalmente o processo educacional ocorre no cotidiano das pessoas e nas relações humanas; essa ação cotidiana e informal refere-se à troca de experiência e à manutenção de valores da sociedade ou de um grupo dentro da sociedade. A educação informal, pode ser identificada como aqueles processo e ações que ocorrem no cotidiano e nas inter-relações das pessoas e grupos; é prenhe da ideologia ou dos valores do senso comum; dos valores preservados pela sociedade em que se insere. As relações cotidianas ocorrem de maneira informal e nelas se manifestam ações educacionais, muitas vezes não intencionadas, mas sempre carregadas dos valores.
Por sua vez o processo formal ou a educação formal, que recebe essa caracterização justamente por ser algo planejado, ocorre, principalmente, a partir de dentro da instituição escolar. A escola acaba sendo um espaço privilegiado para esse processo, principalmente porque na escola não há espaço para a informalidade. Nesse ambiente o processo é planejado justamente para resultar os interesses e os valores da sociedade em que está inserido. A educação formal, escolar, reflete sempre a sociedade dominante e, por esse motivo a escola é uma instituição reprodutora, pois representa a classe que a organiza e mantém.
Uma vez que a instituição escolar é um espaço em que ocorre o processo formal de educação, podemos dizer que esse ambiente e processo – formal-escolar – manifesta e produz divisão social. Divide-se a sociedade entre os que estudaram e os que não estudaram; entre os que alcançaram ascensão sócio-econômica, a partir do processo educacional e os que não alcançaram melhorias significativas em sua qualidade de vida ou, por vezes, nem entram no processo escolar.
Em contrapartida e numa perspectiva dialética, alguns teóricos vêm, no processo educacional um instrumento de libertação (educação crítica, educação libertadora...), na medida em oferece perspectivas de transformação social (LIBÂNEO, 1990; LUCKESI 1993; GADOTTI, 1984). Dentro desta perspectiva "a educação é ai compreendida como um dos instrumentos de apoio na organização e na luta do proletariado contra a burguesia" (AZEVEDO, 2004, p. 40). Evidentemente que não se pensa que a educação seja, sozinha, capaz de produzir todas as transformações de que os trabalhadores precisam, mas pode ser um dos caminhos para isso."Se ideais são necessários para dar vida à nossa prática, eles são insuficientes para gerar mudanças" (GADOTTI, 1984, p. 77).
Apesar disso, parece que uma das principais características do processo educacional, é o fato de ser um instrumento que produz e mantém a dominação. Neste caso a educação é vista como um aparelho reprodutor das mazelas sociais. Essa perspectiva foi proposta, principalmente, a partir das análises de L. Althusser, ao comentar os aparelhos de reprodução da sociedade, mostrando que o processo educacional é reprodutivista (LIBÂNEO, 1990; LUCKESI 1993) uma vez que ele é criado "pelo grupo dominante para reproduzir seus interesses, sua ideologia" (GUARESCHI, 1989, p. 69).
Em razão disso somos levados a crer que o processo educacional – formal ou não formal – não tem poder transformador, mas, pelo contrário, é reprodutor. Isso porque quando falamos em educação falamos em valores e os valores preservados e ensinados, são os da classe dominante. Já que os interesses da sociedade são definidos pela classe dominante, os valores ensinados serão os seus valores. Podemos dizer, portanto, que ao surgir uma classe dominante nasce, também, a necessidade de instituições que a mantenham. Entre essas instituições está a escola que, ao mesmo tempo reproduz os valores hegemônicos e instrui quadros para a manutenção do aparato estrutural dessa sociedade.
"Não é necessário dizer que a educação imposta pelos nobres se encarrega de difundir e reforçar esse privilégio. Uma vez constituídas as classes sociais, passa a ser um dogma pedagógico a sua conservação, e quanto mais a educação conserva o status quo, mais ela é julgada adequada. Já nem tudo o que a educação inculca nos educandos tem por finalidade o bem comum, a não ser quando esse 'bem comum' pode ser uma premissa necessária para manter e reforçar as classes dominantes. Para estas, a riqueza e o saber; para as outras, o trabalho e a ignorância." (PONCE, 2001, p. 28, grifos nossos)
As Escolas
Assim sendo, se perguntássemos quando, como e por que surgem as escolas, teríamos, como resposta a afirmação de que a escola nasce com o nascimentos da divisão da sociedade em classes. As sociedades pré-classistas não tinham necessidade da escola, porque seus valores eram mantidos pela tradição, informal, e atendia aos interesses de todo o grupo. A escola nasceu quando a sociedade se estratificou. E, quanto mais complexa a sociedade, mas especializada deve ser a escola.
Em síntese, podemos reafirmar que, historicamente, nem sempre existiu isso que chamamos de instituição escolar. Essa, como outras, é uma instituição que apareceu na história da humanidade, a partir do momento em que se fez necessário formar um grupo específico para cuidar da manutenção de um modelo específico de sociedade. Podemos dizer que o desenvolvimento das sociedades estratificadas e a presença de um aparato estatal exigiu a formação de quadros para a manutenção do poder. Dessa forma os integrantes da classe dominante criaram mecanismos para oferecer mais do que os conhecimentos míticos aos seus filhos. Era necessário dominar conhecimentos específicos para a manutenção da máquina do Estado. E, evidentemente, para esse novo modelo já se fazia necessária uma formalização do processo educacional, daí a necessidade da escola e o aparecimento de pessoas que dominassem os conhecimentos e os soubessem transmitir. E ao que tudo indica esse modelo nasceu a partir dos sacerdotes que, quase sempre, foram os guardiões dos saberes.
Embora esteja se referindo especificamente ao mundo mesopotâmico, as palavras de Giles se aplicam, também a outras sociedades:
"À casta sacerdotal deve-se o primeiro sistema de ensino formal, motivado pela necessidade de formar o sacerdote escriba, guardião da ordem religiosa e encarregado da administração da sociedade, membro da classe dos baluartes do absolutismo político e da ordem sócio-econômica" (GILES, 1987, p. 7, grifo nosso).
Em síntese podemos observar que cada sociedade moldou seu processo educacional de acordo com suas necessidades. Esse processo não nasceu com a função de preparar horizontes, e abrir perspectivas, na linha de frente de todos os processos de desenvolvimento humano, mas ao contrário, desenvolveu-se como suporte e manutenção dos valores da sociedade em que se manifesta. Isso justifica a afirmação de que cada sociedade desenvolveu o seu modelo educacional para que fosse eficaz dentro desse modelo. O que exclui as possibilidades de modernização e rebelião, pois nasce como mecanismo reforçador.
"para ser eficaz toda educação imposta pelas classes proprietárias deve cumprir as três finalidades essenciais seguintes: 1º destruir os vestígios de qualquer tradição inimiga, 2º consolidar a ampliar a sua própria situação de classe dominante, e 3º prevenir uma possível rebelião das classes dominadas" (PONCE 2001, p. 36.
Essa perspectiva pode ser corroborada pelas palavras de C. R. Brandão, dizendo que "não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é sua única prática e o professor profissional não é seu único praticante" (BRANDÃO, 1985, p. 9). Esse processo é amplo e varia de acordo com as necessidades do grupo dominante.
Nesse ponto podemos acrescentar que, embora sendo um processo, educação não pode ser confundida com sistema escolar, nem com a instituição escolar. A escola é apenas um dos espaços – ou instituição – em que acontece uma parte do processo educativo. Outros espaços podem ser mencionados como: família, local de trabalho, círculo de amizades, veículos de comunicação de massa. Ou seja, o processo educativo ultrapassa a escola, embora a escola seja um espaço privilegiado onde ela acontece.
Isso precisa ficar claro para não cairmos na absolutização da escola, como espaço ou processo educacional. Em todos os processos a educação é um meio – ou canal- pelo qual se veiculam os valores da classe dominante. Pode até ser, em alguns momentos ou em algumas circunstâncias, usado para a rebelião, para a proposição de novidades, mas só será u processo educacional rebelde até sua institucionalização, pois a partir do momento em que o novo se instala, passa a buscar meios e mecanismos para a sua auto-preservação. Passa a ser mecanismo de manutenção de uma situação...
Referências
AZEVEDO, Janete M. Lins de. A Educação como Política Pública. 3 ed. Campinas: Autores Associados, 2004
BRANDÃO, C. Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Abril Cultura; Brasiliense, 1985
GADOTTI, Moacir. História das Idéias pedagógicas. 8 ed. São Paulo: Ática, 2001
GADOTTI, Moacir, Educação e poder: introdução à pedagogia do conflito. 5 ed. São Paulo: Cortez-Autores Associados. 1984
GILES, T. Ransom. História da Educação. São Paulo: E.P.U. 1987
GUARESCHI, Pedrinho A. Sociologia Crítica: alternativas de mudanças. 19 ed. Porto Alegre: Mundo Jovem. 1989
LIBÂNEO, José C. Democratização da Escola Pública:a pedagogia crítico-social dos conteúdos. 9 ed. São Paulo: Loyola, 1990
LUCKESI, Cipriano C. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez, 2001
PONCE, Aníbal, Educação e Luta de Classes. 18 ed. São Paulo: Cortez, 2001.
Neri de Paula Carneiro – Mestre em Educação
Filósofo, Teólogo, Historiador
Leia mais: http://falaescrita.blogspot.com/; http://ideiasefatos.spaces.live.com; www.brasilescola.com.br; http://www.artigonal.com/
Ao usar este artigo, mantenha os links e faça referência ao autor:
Educação E Educação Escolar publicado 26/07/2008 por NERI P. CARNEIRO em http://www.webartigos.com
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/8120/1/Educacao-E-Educacao-Escolar/pagina1.html#ixzz1IVucAQ44
A Bênção do Trabalho
É pela bênção do trabalho que podemos esquecer os pensamentos que nos perturbam, olvidar os assuntos amargos, servindo ao próximo, no enriquecimento de nós mesmos.
Com o trabalho, melhoramos nossa casa e engrandecemos o trecho de terra onde a Providência Divina nos situou.
Ocupando a mente, o coração e os braços nas tarefas do bem, exemplificamos a verdadeira fraternidade e adquirimos o tesouro da simpatia, com o qual angariaremos o respeito e a cooperação dos outros.
Quem não sabe ser útil não corresponde à Bondade do Céu, não atende aos seus justos deveres para com a humanidade e nem retribui a dignidade da pátria amorosa que lhe serve de mãe.
O trabalho é uma instituição de Deus.
SENDA DE PERFEIÇÃO
Quem move as mãos no serviço,
Foge à treva e à tentação.
Trabalho de cada dia
É senda de perfeição.
* * *
Meimei
(Mensagem do livro "Pai Nosso", recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier - Edição FEB.)
quinta-feira, 24 de março de 2011
A importância das pequenas coisas
Cada dia que passa, percebo a importância das pequenas coisas, gestos, orvalhos, brisas, cheiros, sabores... A complexa máquina que movimenta nossa vida... A complexa vida que movimenta nossa máquina...Não poderia jamais ocultar o sentimento de indignação aos que violam os direitos naturais de simplesmente viver... ou de tirar o brilho do olhar de uma criança... As crianças são símbolos divinos da presença de Deus. Ousar contra elas é desafiá-lo.
Na tarefa de mostrar o mundo aos pequenos, encontramos nossas deficiências... Pois o mundo deles é muito melhor que o nosso... a vida é muito simples... o dia magnificamente lindo... a noite curiosa... Por isso o despertar para o nosso mundo deve ser natural e no ritmo de cada um... Amo a infância, mas principalmente o direito a ela.
Não quero amar,
Não quero ser amado.
Não quero combater,
Não quero ser soldado.
Na tarefa de mostrar o mundo aos pequenos, encontramos nossas deficiências... Pois o mundo deles é muito melhor que o nosso... a vida é muito simples... o dia magnificamente lindo... a noite curiosa... Por isso o despertar para o nosso mundo deve ser natural e no ritmo de cada um... Amo a infância, mas principalmente o direito a ela.
Não quero ser amado.
Não quero combater,
Não quero ser soldado.
— Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples.
Manuel Bandeira
Manuel Bandeira
quarta-feira, 23 de março de 2011
O Patinho Feio
(Hans Christian Andersen)
A mamãe pata tinha escolhido um lugar ideal para fazer seu ninho: um cantinho bem protegido, no meio da folhagem, perto do rio que contornava o velho castelo.
Mais adiante estendiam-se o bosque e um lindo jardim florido.
Naquele lugar sossegado, a pata agora aquecia pacientemente seus ovos. Por fim, após a longa espera, os ovos se abriram um após o outro, e das cascas rompidas surgiram, engraçadinhos e miúdos, os patinhas amarelos que, imediatamente, saltaram do ninho.
Porém um dos ovos ainda não se abrira; era um ovo grande, e a pata pensou que não o chocara o suficiente.
Impaciente, deu umas bicadas no ovão e ele começou a se romper.
No entanto, em vez de um patinho amarelinho saiu uma ave cinzenta e desajeitada. Nem parecia um patinho.
Para ter certeza de que o recém-nascido era um patinho, e não outra ave, a mãe-pata foi com ele até o rio e o obrigou a mergulhar junto com os outros.
Quando viu que ele nadava com naturalidade e satisfação, suspirou aliviada. Era só um patinho muito, muito feio.
Tranqüilizada, levou sua numerosa família para conhecer os outros animais que viviam nos jardins do castelo.
Todos parabenizaram a pata: a sua ninhada era realmente bonita. Exceto um. O horroroso e desajeitado das penas cinzentas!
— É grande e sem graça! — falou o peru.
— Tem um ar abobalhado — comentaram as galinhas.
O porquinho nada disse, mas grunhiu com ar de desaprovação.
Nos dias que se seguiram, as coisas pioraram. Todos os bichos, inclusive os patinhos, perseguiam a criaturinha feia.
A pata, que no princípio defendia aquela sua estranha cria, agora também sentia vergonha e não queria tê-lo em sua companhia.
O pobre patinho crescia só, malcuidado e desprezado. Sofria. As galinhas o bicavam a todo instante, os perus o perseguiam com ar ameaçador e até a empregada, que diariamente levava comida aos bichos, só pensava em enxotá-lo.
Um dia, desesperado, o patinho feio fugiu. Queria ficar longe de todos que o perseguiam.
Caminhou, caminhou e chegou perto de um grande brejo, onde viviam alguns marrecos. Foi recebido com indiferença: ninguém ligou para ele. Mas não foi maltratado nem ridicularizado; para ele, que até agora só sofrera, isso já era o suficiente.
Infelizmente, a fase tranqüila não durou muito. Numa certa madrugada, a quietude do brejo foi interrompida por um tumulto e vários disparos: tinham chegado os caçadores!
Muitos marrequinhos perderam a vida. Por um milagre, o patinho feio conseguiu se salvar, escondendo-se no meio da mata.
Depois disso, o brejo já não oferecia segurança; por isso, assim que cessaram os disparos, o patinho fugiu de lá.
Novamente caminhou, caminhou, procurando um lugar onde não sofresse.
Ao entardecer chegou a uma cabana. A porta estava entreaberta, e ele conseguiu entrar sem ser notado. Lá dentro, cansado e tremendo de frio, se encolheu num cantinho e logo dormiu.
Na cabana morava uma velha, em companhia de um gato, especialista em caçar ratos, e de uma galinha, que todos os dias botava o seu ovinho.
Na manhã seguinte, quando a dona da cabana viu o patinho dormindo no canto, ficou toda contente.
— Talvez seja uma patinha. Se for, cedo ou tarde botará ovos, e eu poderei preparar cremes, pudins e tortas, pois terei mais ovos. Estou com muita sorte!
Mas o tempo passava, e nenhum ovo aparecia. A velha começou a perder a paciência. A galinha e o gato, que desde o começo não viam com bons olhos recém-chegado, foram ficando agressivos e briguentos.
Mais uma vez, o coitadinho preferiu deixar a segurança da cabana e se aventurar pelo mundo.
Caminhou, caminhou e achou um lugar tranqüilo perto de uma lagoa, onde parou.
Enquanto durou a boa estação, o verão, as coisas não foram muito mal. O patinho passava boa parte do tempo dentro da água e lá mesmo encontrava alimento suficiente.
Mas chegou o outono. As folhas começaram a cair, bailando no ar e pousando no chão, formando um grande tapete amarelo. O céu se cobriu de nuvens ameaçadoras e o vento esfriava cada vez mais.
Sozinho, triste e esfomeado, o patinho pensava, preocupado, no inverno que se aproximava.
Num final de tarde, viu surgir entre os arbustos um bando de grandes e lindíssimas aves. Tinham as plumas alvas, as asas grandes e um longo pescoço, delicado e sinuoso: eram cisnes, emigrando na direção de regiões quentes. Lançando estranhos sons, bateram as asas e levantaram vôo, bem alto.
O patinho ficou encantado, olhando a revoada, até que ela desaparecesse no horizonte. Sentiu uma grande tristeza, como se tivesse perdido amigos muito queridos.
Com o coração apertado, lançou-se na lagoa e nadou durante longo tempo. Não conseguia tirar o pensamento daquelas maravilhosas criaturas, graciosas e elegantes.
Foi se sentindo mais feio, mais sozinho e mais infeliz do que nunca.
Naquele ano, o inverno chegou cedo e foi muito rigoroso.
O patinho feio precisava nadar ininterruptamente, para que a água não congelasse em volta de seu corpo, criando uma armadilha mortal. Mas era uma luta contínua e sem esperança.
Um dia, exausto, permaneceu imóvel por tempo suficiente para ficar com as patas presas no gelo.
— Agora morrerei — pensou. — Assim, terá fim todo meu sofrimento.
Fechou os olhos, e o último pensamento que teve antes de cair num sono parecido com a morte foi para as grandes aves brancas.
Na manhã seguinte, bem cedo, um camponês que passava por aqueles lados viu o pobre patinho, já meio morto de frio.
Quebrou o gelo com um pedaço de pau, libertou o pobrezinho e levou-o para sua casa.
Lá o patinho foi alimentado e aquecido, recuperando um pouco de suas forças. Logo que deu sinais de vida, os filhos do camponês se animaram:
— Vamos fazê-lo voar!
— Vamos escondê-lo em algum lugar!
E seguravam o patinho, apertavam-no, esfregavam-no. Os meninos não tinham más intenções; mas o patinho, acostumado a ser maltratado, atormentado e ofendido, se assustou e tentou fugir. Fuga atrapalhada!
Caiu de cabeça num balde cheio de leite e, esperneando para sair, derrubou tudo. A mulher do camponês começou a gritar, e o pobre patinho se assustou ainda mais.
Acabou se enfiando no balde da manteiga, engordurando-se até os olhos e, finalmente se enfiou num saco de farinha, levantando uma poeira sem fim. br> A cozinha parecia um campo de batalha. Fora de si, a mulher do camponês pegara a vassoura e procurava golpear o patinho. As crianças corriam atrás do coitadinho, divertindo-se muito.
Meio cego pela farinha, molhado de leite e engordurado de manteiga, esbarrando aqui e ali, o pobrezinho por sorte conseguiu afinal encontrar a porta e fugir, escapando da curiosidade das crianças e da fúria da mulher.
Ora esvoaçando, ora se arrastando na neve, ele se afastou da casa do camponês e somente parou quando lhe faltaram as forças.
Nos meses seguintes, o patinho viveu num lago, se abrigando do gelo onde encontrava relva seca.
Finalmente, a primavera derrotou o inverno. Lá no alto, voavam muitas aves. Um dia, observando-as, o patinho sentiu um inexplicável e incontrolável desejo de voar.
Abriu as asas, que tinham ficado grandes e robustas, e pairou no ar. Voou. Voou. Voou longamente, até que avistou um imenso jardim repleto de flores e de árvores; do meio das árvores saíram três aves brancas.
O patinho reconheceu as lindas aves que já vira antes, e se sentiu invadir por uma emoção estranha, como se fosse um grande amor por elas.
— Quero me aproximar dessas esplêndidas criaturas — murmurou. — Talvez me humilhem e me matem a bicadas, mas não importa. É melhor morrer perto delas do que continuar vivendo atormentado por todos.
Com um leve toque das asas, abaixou-se até o pequeno lago e pousou tranqüilamente na água.
— Podem matar-me, se quiserem — disse, resignado, o infeliz.
E abaixou a cabeça, aguardando a morte. Ao fazer isso, viu a própria imagem refletida na água, e seu coração entristecido deu um pulo. O que via não era a criatura desengonçada, cinzenta e sem graça de outrora. Enxergava as penas brancas, as grandes asas e um pescoço longo e sinuoso.
Ele era um cisne! Um cisne, como as aves que tanto admirava.
— Bem-vindo entre nós! — disseram-lhe os três cisnes, curvando os pescoços, em sinal de saudação.
Aquele que num tempo distante tinha sido um patinho feio, humilhado, desprezado e atormentado se sentia agora tão feliz que se perguntava se não era um sonho!
Mas, não! Não estava sonhando. Nadava em companhia de outros, com o coração cheio de felicidade.
Mais tarde, chegaram ao jardim três meninos, para dar comida aos cisnes.
O menorzinho disse, surpreso:
— Tem um cisne novo! E é o mais belo de todos! E correu para chamar os pais.
— É mesmo uma esplêndida criatura! — disseram os pais.
E jogaram pedacinhos de biscoito e de bolo. Tímido diante de tantos elogios, o cisne escondeu a cabeça embaixo da asa.
Talvez um outro, em seu lugar, tivesse ficado envaidecido. Mas não ele. Seu coração era muito bom, e ele sofrera muito, antes de alcançar a sonhada felicidade.
O Patinho feio
Estava analisando a história do Patinho Feio, pois irei trabalhá-la com meus alunos do 6º ano e não tive como não comentar essa experiência. Há muito tempo li esta história. E nooooossa! Como as leituras mudam... E como a maturidade, bem construída, é importante...
Na verdade eu nunca entendi como o ovo diferente foi parar num ninho de uma pata. E comecei a pensar se tal situação acontecesse comigo. Opa... A gente nunca acha isso, não é?
Resumindo "a Mãe Pata encontrou um estranho ovo no meio dos seus ovos, e dele sai um patinho muito feio. O Patinho Feio depressa descobre que desafia a rígida estrutura social que rege a quinta apenas por ser diferente. Quando a perseguição se torna mais agressiva ele sabe que tem de ir à sua vida, e passa por um cruel teste de sobrevivência, sozinho no Inverno rigoroso e num mundo cheio de perigos. Mas finalmente ele encontra a sua verdadeira família..."
Relendo a história senti necessidade de ler a biografia do autor, quando li no sítio da Wikipedia, http://pt.wikipedia.org/wiki/Hans_Christian_Andersen, que sua ascendência poderia ser indeterminada. Ele poderia ser um filho não reconhecido da realeza dinamarquesa. Hans Christian Andersen tem uma história de rejeição materna, após a morte do pai, e o texto é considerado por alguns estudiosos como uma autobiografia.
Fazendo uma releitura do texto acabei me apaixonando pela história que traz para nós um tema tão atual: o respeito às diferenças.
Impressionante!
Na verdade eu nunca entendi como o ovo diferente foi parar num ninho de uma pata. E comecei a pensar se tal situação acontecesse comigo. Opa... A gente nunca acha isso, não é?
Resumindo "a Mãe Pata encontrou um estranho ovo no meio dos seus ovos, e dele sai um patinho muito feio. O Patinho Feio depressa descobre que desafia a rígida estrutura social que rege a quinta apenas por ser diferente. Quando a perseguição se torna mais agressiva ele sabe que tem de ir à sua vida, e passa por um cruel teste de sobrevivência, sozinho no Inverno rigoroso e num mundo cheio de perigos. Mas finalmente ele encontra a sua verdadeira família..."
Relendo a história senti necessidade de ler a biografia do autor, quando li no sítio da Wikipedia, http://pt.wikipedia.org/wiki/Hans_Christian_Andersen, que sua ascendência poderia ser indeterminada. Ele poderia ser um filho não reconhecido da realeza dinamarquesa. Hans Christian Andersen tem uma história de rejeição materna, após a morte do pai, e o texto é considerado por alguns estudiosos como uma autobiografia.
Fazendo uma releitura do texto acabei me apaixonando pela história que traz para nós um tema tão atual: o respeito às diferenças.
Impressionante!
terça-feira, 22 de março de 2011
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Língua e Linguagem
Quando falamos ou escrevemos produzimos
sentidos. Uma espécie de dependência entre linguagem
e pensamento que forma uma unidade significativa. Nesse caso é
impossível pensar um sem o outro. O pensamento só se manifesta através da
linguagem (inclusive a não verbal como os gestos, as cores, as imagens) e a linguagem
só se manifesta pelo pensamento. Pode-se afirmar que a linguagem é o próprio
pensamento em ação. Ou ainda, o pensamento só se materializa na
linguagem.
É importante, portanto, notar que o esforço para a produção dos sentidos ocorre
em virtude de os homens desejarem estabelecer cadeias comunicativas,
seja para informar, convencer, emocionar, seja para explicar, determinar,
aconselhar. Mas, para que isso acontecesse,
foi necessário a criação de línguas que expressassem maneiras
particulares de conceber os significados, as formas de uso, os
mecanismos de elaboração do universo das palavras.
Em nosso caso, o código comum é a língua portuguesa:
graças a ela, produzimos os efeitos do sentido. No entanto, não se
deve considerar o código comum como uma referencia padrão que se
mantém inalterada. Ao contrário, a língua possui variabilidade, usos
diferenciados conforme a situação cultural, econômica, etária, e
regional do usuário.
Para se comunicar o falante não precisa necessariamente
dominar as regras da gramática escolar. No entanto, ele utiliza (mesmo
sem ter consciência disso) uma “gramática natural”, que admite a
construção me dá um cigarro, mas não admite, por exemplo, a
construção me cigarro um dá. Ou seja, essa gramática natural possui
um sistema de regras que formam a estrutura da língua, e que os
falantes interiorizam ouvindo e falando. (Celso P. Luft, in Língua e
liberdade)
HÁ ESCOLAS QUE SÃO GAIOLAS E HÁ ESCOLAS QUE SÃO ASAS.
ESCOLAS QUE SÃO GAIOLAS EXISTEM PARA QUE OS PÁSSAROS DESAPRENDAM A ARTE DO VÔO. PÁSSAROS ENGAIOLADOS SÃO PÁSSAROS SOB CONTROLE. ENGAIOLADOS, O SEU DONO PODE LEVÁ-LOS PARA ONDE QUISER. PÁSSAROS ENGAIOLADOS SEMPRE TÊM UM DONO. DEIXARAM DE SER PÁSSAROS. PORQUE A ESSÊNCIA DOS PÁSSAROS É O VÔO. ESCOLAS QUE SÃO ASAS NÃO AMAM PÁSSAROS ENGAIOLADOS. O QUE ELAS AMAM SÃO PÁSSAROS EM VÔO. EXISTEM PARA DAR AOS PÁSSAROS CORAGEM PARA VOAR. ENSINAR O VÔO, ISSO ELAS NÃO PODEM FAZER, PORQUE O VÔO JÁ NASCE DENTRO DOS PÁSSAROS. O VÔO NÃO PODE SER ENSINADO. SÓ PODE SER ENCORAJADO.
Rubem Alves
E a partir disso a gente percebe que o tradicionalismo sozinho não tem aplicabilidade ao contexto educacional moderno. Se não proporcionarmos o reconhecimento dessas asas, jamais os alunos conseguirão abrir vôo...
O conhecimento não se adquire no imediatismo contemporâneo, apregoado pelo capitalismo. O conhecimento precisa ser considerado necessário, antes de imposto... O conhecimento necessita de cuidado antes de ser exposto... O conhecimento exige ser mediatizado para ser aceito...
E a cada dia percebemos que se nos distanciarmos por demais das novas tecnologias, não alcançaremos êxito na busca do conhecimento e na construção dele na sociedade atual... Se não avançarmos em práticas contextualizadas perderemos tempo... Então....
Ou nos atualizamos ou nos perdemos...
Um abraço,
Lorena
Rubem Alves
E a partir disso a gente percebe que o tradicionalismo sozinho não tem aplicabilidade ao contexto educacional moderno. Se não proporcionarmos o reconhecimento dessas asas, jamais os alunos conseguirão abrir vôo...
O conhecimento não se adquire no imediatismo contemporâneo, apregoado pelo capitalismo. O conhecimento precisa ser considerado necessário, antes de imposto... O conhecimento necessita de cuidado antes de ser exposto... O conhecimento exige ser mediatizado para ser aceito...
E a cada dia percebemos que se nos distanciarmos por demais das novas tecnologias, não alcançaremos êxito na busca do conhecimento e na construção dele na sociedade atual... Se não avançarmos em práticas contextualizadas perderemos tempo... Então....
Ou nos atualizamos ou nos perdemos...
Um abraço,
Lorena
Romantismo - Poesia (séc. XIX, no BR)
“Metamos o martelo nas teorias, nas poéticas e nos sistemas. Abaixo este velho reboco que mascara a fachada da arte!”
--Victor Hugo
Na Europa, a partir da metade do século XVIII, surgem autores que, libertando-se parcialmente dos limites traçados pela poética neoclássica, apresentam novas concepções literárias. Em suas obras, eles expressam sentimentos inspirados nas tradições nacionais, falam de amor e saudade num tom pessoal, realizando uma poesia mais comunicativa e espontânea do que a neoclássica. Era o nascimento do Romantismo que foi desenvolvendo-se e enriquecendo-se à medida que se expandia. Assim, acabou adquirindo características tão variadas que se torna impossível descrevê-lo em todas as suas dimensões.
No Brasil, percebe-se o desejo de criação de uma literatura nacional. Assim representou a primeira tentativa consciente de se produzir literatura verdadeiramente brasileira. Abandonou aos poucos o tom lusitano, a fim de dar lugar a um estilo mais próximo da fala brasileira.
Referências históricas
Contexto sócio-político da época (início do Romantismo no Brasil):
•1808 - chegada ao Brasil de D. João VI e da família Real
•1808/1821 - abertura dos portos às nações amigas; instalações de bibliotecas e escolas de nível superior; início da atividade editorial.
•1822 - Proclamação da Independência. Daí nasce o desejo de uma literatura autenticamente brasileira.
•1831 - abdicação de D. Pedro I e início do Período de Regência, que vai até 1840 (maioridade de D. Pedro II); fundação da Companhia Dramática Nacional; início da Guerra do Paraguai até 1840)
Características
Podem-se apontar, no amplo e diversificado movimento romântico, algumas tendências básicas:
•a exaltação dos sentimentos pessoais, muitas vezes até autopiedade
•exaltação de seu “eu” - subjetivismo
•a expressão dos estados da alma, das paixões e emoções, da fé, dos ideais religiosos
•apóiam-se em valores nacionais e populares
•desejo de liberdade, de igualdade e de reformas sociais; e a valorização da Natureza, que é vista como exemplo de manifestação do poder de Deus e como refúgio acolhedor para o homem que foge dos vícios e corrupções da vida em sociedade
•em alguns casos, fuga da realidade através da arte (direção histórica e nacionalista ou direção idílica e saudosista)
A linguagem sofreu transformações: em lugar da bem cuidada sintaxe clássica e das composições de metro fixo, os românticos preferiram uma linguagem mais coloquial, comunicativa e simples, criando ritmos novos e variando as formas métricas. Essa liberdade de expressão é uma das características típicas do Romantismo e constitui um aspecto importante para a evolução da literatura ocidental. O espírito de renovação lingüística é uma contribuição importante do Romantismo e foi retomado, no século XX, pelos modernistas.
Na poesia, distinguem-se três fases, as chamadas Gerações Românticas:
Gerações Nomes Principais poetas Principais temas
1ª Geração Nacionalista ou Indianista Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e Araújo Porto-Alegre Exaltação da natureza, excesso de sentimentalismo, amor indianista, ufanismo (exaltação da pátria)
2ª Geração Ultra-Romântica ou Mal do Século Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela Egocentrismo, sentimentalismo exagerado, morte, tristeza, solidão, tédio, melancolia, subjetivismo, idealização da mulher.
3ª Geração Condoreira ou Social Castro Alves, Sousândrade, Tobias Barreto Sentimentos liberais e abolicionistas
•Indianismo - uma das formas mais significativas do nacionalismo romântico. O índio é um ser idealizado (nobre, valoroso, fiel), apesar disso demonstra a valorização das origens da nacionalidade.
•Mal do Século - voltando-se inteiramente para dentro de si mesmos, esses poetas expressaram em seus versos pessimistas um profundo desencanto pela vida. Muitos marcados pela tuberculose, mal que deu nome à fase
•Condoreirismo - poesia social e libertária que reflete as lutas internas da Segunda metade do reinado de D. Pedro II.
Autores
Gonçalves de Magalhães
Domingos José Gonçalves de Magalhães nasceu no Rio de Janeiro, em 1811. Viveu na Europa, onde teve contato com a poesia romântica. A obra Suspiros Poéticos e Saudades foi considerada a obra inaugural do Romantismo no Brasil. O autor procurou criar e consolidar uma literatura nacional para o país. Morreu em Roma, em 1882. Seu poema de destaque foi Noite tempestuosa do livro Urânias.
Obras: Suspiros Poéticos e Saudades (1836); Urânias (1862); Cânticos Fúnebres (1864) e outros
Gonçalves Dias
Primeiro grande poeta do Romantismo brasileiro. A temática indianista que caracteriza sua obra apresenta forte colorido e ritmo. Seu grande poema indianista Os Timbiras ficou incompleto, pois durante o naufrágio em que o poeta morreu perderam-se também os textos. Além da vertente indianista, também se destaca a lírica amorosa, mas não apresenta passionalidade. Aqui a mulher é sempre um anjo, idealizada, numa ótica platônica.
Obras Principais:
•"I Juca Pirama", "Canção do Tamoio", “Os Timbiras” - sentimento de honra e valentia do índio
•"Leito de folhas verdes", "Se se morre de amor", "Como? És tu?", "Ainda uma vez - adeus!", "Seus olhos" - sentimento amoroso
•"Canção do Exílio" - solidão, exílio, amor à pátria, retomada por muitos modernistas
•"O mar", "A noite", "A tarde" - poesias impregnadas de religiosidade sobre a majestade da natureza
•Livros - Primeiros Cantos (1846), Segundos Cantos (1848), Sextilhas de Frei Antão (1848), Últimos Cantos (1851), Os Timbiras, Cantos (1857).
"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá."
--Canção do Exílio
"Por onde quer que fordes de fugida
Vai o fero Itajuba perseguir-vos
Por água ou terra, ou campos, ou florestas;
Tremei!..." Os Timbiras
"Eu vi o brioso no largo terreiro,
Cantar prisioneiro
Seu canto de morte, que nunca esqueci:
Valente como era, chorou sem ter pejo;
Parece que o vejo,
Que o tenho nest'hora diante de mi."
--I-Juca Pirama
Álvares de Azevedo
Poeta que melhor representou a estética ultra-romântica. Tendência aos aspectos mórbidos e depressivos da existência, degeneração dos sentimentos, decadentismo e até satanismo. A escolha vocabular reflete essa tendência: "pálpebra demente", "matéria impura", "fúnebre clarão", "boca maldita", entre outros. Esta linguagem, acrescida de termos científicos, voltará no Simbolismo com Augusto dos Anjos.
Morreu tuberculoso aos 20 anos de idade, não sendo reunida em livro sua obra.
Obras Principais:
•"Liras dos vinte anos" - livro-síntese dessa geração pois revela a força lírica e a v ironia romântico-macabra
•"Macário" - composição livre, meio diálogo, meio narração
•"O Conde Lopo"
•"Poema do Frade"
•"Pedro Ivo" (poemetos)
•"Noite na Taverna" - prosa narrativa fala da boemia estudantil da época, que era uma forma de protesto e fuga
"Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!"
" Quando falo contigo, no meu peito
esquece-me esta dor que me consome:
Talvez corre o prazer nas fibras d'alma:
E eu ouso ainda murmurar teu nome!"
--Lira dos Vinte Anos
"Pois bem, dir-vos-ei uma história. Mas quanto a essa, podeis tremer a gosto, podeis suar a frio da fronte grossas bagas de terror. Não é um conto, é uma lembrança do passado."
--Noite na Taverna
"A mulher recuava... Recuava. O moço tomou-a nos braços, pregou os lábios nos dela... Ela deu um grito, e caiu-lhe das mãos. Era horrível de ver-se. O moço tomou o punhal, fechou os olhos, apertou-os no peito, e caiu sobre ela. Dois gemidos sufocaram-se no estrondo do baque de um corpo…"
--Noite na Taverna
"Mais claro que o dia. Se chamas o amor a troca de duas temperaturas, o aperto de dois sexos, a convulsão de dois peitos que arquejam, o beijo de duas bocas que tremem, de duas vidas que se fundem tenho amado muito e sempre! Se chamas o amor o sentimento casto e poro que faz cismar o pensativo, que faz chorar o amante na relva onde passou a beleza, que adivinha o perfume dela na brisa, que pergunta às aves, à manhã, à noite, às harmonias da música, que melodia é mais doce que sua voz, e ao seu coração, que formosura há mais divina que a dela—eu nunca amei. Ainda não achei uma mulher assim. Entre um charuto e uma chávena de café lembro-me às vezes de alguma forma divina, morena, branca, loira, de cabelos castanhos ou negros.
Tenho-as visto que fazem empalidecer—e meu peito parece sufocar meus lábios se gelam, minha mão se esfria…"
--Macário
"Esse amor foi uma desgraça. Foi uma sina terrível. Ó meu pai! ó minha segunda mãe! ó meus anjos! meu céu! minhas campinas! É tão triste morrer!"
--Macário
Junqueira Freire
Luís Junqueira Freire nasceu em 1832, em Salvador. Formou-se professor aos 20 anos. Morreu em 1855, logo após a publicação das Inspirações do Claustro. Seu poema em destaque foi Meu filho no claustro.
Obras Principais:
•Inspirações do claustro (1855)
•Contradições poéticas (data incerta)
Casimiro de Abreu
Poeta que representa a sensibilidade brasileira espontânea. Levou vida boemia e morreu de tuberculose Sua poesia não foi muito inovadora, sendo considerado mais ingênuo dos românticos. Conhecido como "poeta da infância", fala muito da inocência perdida Trabalha também temas do chamado “romantismo descabelado”: exílio e lirismo amoroso.
Obras Principais:
•Camões e o Jau (teatro)
•Carolina (romance)
•Camila (memórias)
•A Virgem Loura (prosa)
•Primaveras (poesia)
"Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!"
--Meus oito anos
Fagundes Varela
Poeta romântico boêmio inspirado pelo byronismo. A morte marca sua vida pessoal com a perda do filho de três meses e da ex-esposa. Por sua amizade com Castro Alves, fez a ponte da poesia pessimista à poesia social. Falece, alcoólatra e mentalmente desequilibrado tornando-se o protótipo do poeta maldito brasileiro.
Obras Principais:
•Noturnas (1861), O Estandarte Auriverde (1863), Vozes da América (1864), Cantos e Fantasias (1865), Cantos Meridionais (1869), Cantos do Ermo e da Cidade (1869), Anchieta ou Evangelho na Selva (1875), Diário de Lázaro (1880), Cantos Religiosos (1878) - poesias
•Ruínas da Glória, Ester, Ina, Cora - prosa
"Eras na vida a pomba predileta
Que sobre um mar de angústia conduzia
O ramo da esperança. - Eras a estrela
Que entre as névoas do inverno cintilava
Apontando o caminho ao pergueiro."
--Cântico do Calvário
Castro Alves
Porta-voz das ânsias coletivas tem na poesia abolicionista sua melhor realização na linha social ("Navio Negreiro" e "Vozes d'África). Em suas obras, atribui ao poeta a missão de denunciar as injustiças sociais e de clamar pela liberdade ("Adeus, meu canto").
Esse tipo de poesia se realiza num estilo vibrante, em que predominam as comparações, metáforas, antíteses, hipérboles, apóstrofes, empregadas quase sempre em função de elementos grandiosos da natureza, que sugerem imensidão, força, majestade, como: montanhas, cordilheiras, oceanos, tempestades, furacões, astros, cachoeiras, configurando assim o estilo chamado Condoreirismo.
Sua poesia amorosa é bem mais sensual do que se fazia na época. Nela, a mulher, diante das vagas idealizações ultra-românticas, aparece em toda sua beleza física e envolvida por um clima de erotismo e paixão.
Como a maioria dos poetas românticos morre cedo, aos 24 anos de idade.
Obras Principais:
•"Espumas Flutuantes" (1870)
•"A Cachoeira de Paulo Afonso" (1876)
•"Os escravos" (1883)
•além das poesias escreveu para o teatro “Gonzaga ou a Revolução de Minas” (1876)
"Eras um sono dantesco... O tombadilho,
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar,
Tinir de ferros... Estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite
Horrendos a dançar"
--Os Escravos
Sinopse
Marco inicial = publicação do livro Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães (1836). esta obra promoveu, de modo sistemático, os ideais românticos (nacionalismo + religiosidade) e o repúdio aos padrões clássicos externos (mitologia pagã).
Marco final = publicação de O Mulato (Aluísio Azevedo) e de Memórias Póstumas de Brás Cubas (M. de Assis) em 1881
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Aos alunos do 2º ano, noturno, do Colégio Estadual Abdias Menezes
Através da música e da poesia podemos entender melhor o sentimento dos românticos... A poesia Fanatismo de Florbela Espanca (1895), musicada pelo cantor Fagner, e a música Exagerado, de Cazuza (1958), falam de amor em épocas diferentes com a mesma intensidade. Em minha análise um com dor e outro com irreverência. Ouçam...
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
O Romantismo
O Romantismo em Portugal e no Brasil
O romantismo é todo um período cultural, artístico e literário que se inicia na Europa no final do século XVIII, espalhando-se pelo mundo até o final do século XIX.
O berço do romantismo pode ser considerado três países: Itália, Alemanha e Inglaterra. Porém, na França, o romantismo ganha força como em nenhum outro país e, através dos artistas franceses, os ideais românticos espalham-se pela Europa e pela América.
As características principais deste período são : valorização das emoções, liberdade de criação, amor platônico, temas religiosos, individualismo, nacionalismo e história. Este período foi fortemente influenciado pelos ideais do iluminismo e pela liberdade conquistada na Revolução Francesa.
Artes Plásticas
Nas artes plásticas, o romantismo deixou importantes marcas. Artistas como o espanhol Francisco Goya e o francês Eugène Delacroix são os maiores representantes da pintura desta fase. Estes artistas representavam a natureza, os problemas sociais e urbanos, valorizavam as emoções e os sentimentos em suas obras de arte. Na Alemanha, podemos destacar as obras místicas de Caspar David Friedrich, enquanto na Inglaterra John Constable traçava obras com forte crítica à urbanização e aos problemas gerados pela Revolução Industrial.
Literatura
Foi através da poesia lírica que o romantismo ganhou formato na literatura dos séculos XVIII e XIX. Os poetas românticos usavam e abusavam das metáforas, palavras estrangeiras, frases diretas e comparações. Os principais temas abordados eram : amores platônicos, acontecimentos históricos nacionais, a morte e seus mistérios. As principais obras românticas são: Cantos e Inocência do poeta inglês William Blake, Os Sofrimentos do Jovem Werther e Fausto do alemão Goethe, Baladas Líricas do inglês William Wordsworth e diversas poesias de Lord Byron. Na França, destaca-se Os Miseráveis de Victor Hugo e Os Três Mosqueteiros de Alexandre Dumas.
Música
Na música ocorre a valorização da liberdade de expressão, das emoções e a utilização de todos os recursos da orquestra. Os assuntos de cunho popular, folclórico e nacionalista ganham importância nas músicas.
Podemos destacar como músicos deste período: Ludwig van Beethoven (suas últimas obras são consideradas românticas), Franz Schubert, Carl Maria von Weber, Felix Mendelssohn, Frédéric Chopin, Robert Schumann, Hector Berlioz, Franz Liszt e Richard Wagner.
Teatro
Na dramaturgia o romantismo se manifesta valorizando a religiosidade, o individualismo, o cotidiano, a subjetividade e a obra de William Shakespeare. Os dois dramaturgos mais conhecidos desta época foram Goethe e Friedrich von Schiller. Victor Hugo também merece destaque, pois levou várias inovações ao teatro. Em Portugal, podemos destacar o teatro de Almeida Garrett.
O ROMANTISMO NO BRASIL
Em nossa terra, inicia-se em 1836 com a publicação, na França, da Nictheroy - Revista Brasiliense, por Gonçalves de Magalhães. Neste período, nosso país ainda vivia sob a euforia da Independência do Brasil. Os artistas brasileiros buscaram sua fonte de inspiração na natureza e nas questões sociais e políticas do pais. As obras brasileiras valorizavam o amor sofrido, a religiosidade cristã, a importância de nossa natureza, a formação histórica do nosso pais e o cotidiano popular.
Artes Plásticas
As obras dos pintores brasileiros buscavam valorizar o nacionalismo, retratando fatos históricos importantes. Desta forma, os artistas contribuíam para a formação de uma identidade nacional. As obras principais deste período são : A Batalha do Avaí de Pedro Américo e A Batalha de Guararapes de Victor Meirelles.
Literatura romântica brasileira
No ano de 1836 é publicado no Brasil Suspiros Poéticos e Saudades de Gonçalves de Magalhães. Esse é considerado o ponto de largada deste período na literatura de nosso país. Essa fase literária foi composta de três gerações:
1ª Geração - conhecida também como nacionalista ou indianista, pois os escritores desta fase valorizaram muito os temas nacionais, fatos históricos e a vida do índio, que era apresentado como " bom selvagem" e, portanto, o símbolo cultural do Brasil. Destaca-se nesta fase os seguintes escritores : Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias, Araújo Porto Alegre e Teixeira e Souza.
2ª Geração - conhecida como Mal do século, Byroniana ou fase ultra-romântica. Os escritores desta época retratavam os temas amorosos levados ao extremo e as poesias são marcadas por um profundo pessimismo, valorização da morte, tristeza e uma visão decadente da vida e da sociedade. Muitos escritores deste período morreram ainda jovens. Podemos destacar os seguintes escritores desta fase : Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Junqueira Freire.
3ª Geração - conhecida como geração condoreira, poesia social ou hugoana. textos marcados por crítica social. Castro Alves, o maior representante desta fase, criticou de forma direta a escravidão no poema Navio Negreiro.
Música Romântica no Brasil
A emoção, o amor e a liberdade de viver são os valores retratados nas músicas desta fase. O nacionalismo, nosso folclore e assuntos populares servem de inspiração para os músicos. O Guarani de Carlos Gomes é a obra musical de maior importância desta época.
Teatro
Assim como na música e na literatura os temas do cotidiano, o individualismo, o nacionalismo e a religiosidade também aparecem na dramaturgia brasileira desta época. Em 1838, é encenada a primeira tragédia de Gonçalves de Magalhães: Antônio José, ou o Poeta e a Inquisição. Também podemos destacar a peça O Noviço de Martins Pena.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
PROFISSÃO EDUCAÇÃO
Quando li a matéria abaixo constatei que devemos acreditar em nós mesmos e lutar para que não fiquemos submetidos a mediocridade dos que não se importam com a qualidade no ensino. Nós precisamos ser felizes no que escolhemos para nossas vidas e não podemos deixar de acreditar nisso. Tem um poema que traduz meus sentimentos nesse momento:
Eis o fragmento de Eduardo Alves da Costa:
No caminho com Maiakóvski
"[...]
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Portal Aprendiz, 07/06/2010
Meio milhão de docentes dá aulas sem formação ideal
Meio milhão de professores da educação básica ensina, nas salas de aulas da rede pública brasileira, disciplinas sobre as quais não aprenderam durante o curso superior. Nos mais variados colégios brasileiros, profissionais formados em matemática dão aulas de física e professores de educação física dão aulas de biologia, por exemplo. Eles representam quase um quarto dos 1.977.978 educadores dessa etapa. Dados do Censo Escolar 2009 tabulados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) revelam que pouco mais da metade (53,3%) dos professores que atuam no ensino médio na rede pública têm formação compatível com a disciplina que lecionam. O total é de 366.757. Nas séries finais do ensino fundamental, etapa na qual as matérias começam a ser dadas por professores de áreas específicas, a proporção é ainda menor: 46,7% de 617.571 docentes. O levantamento feito pelo Inep considerou apenas a inadequação dos professores que já possuem diploma de curso superior. A quantidade de docentes que atua nos colégios brasileiros sem ter freqüentado uma universidade também é grande: 152 mil, como divulgou o iG. Os números revelam que a maior distorção está na área de exatas, na qual os profissionais formados nos cursos de licenciatura do País são insuficientes para suprir a demanda.
Segundo o censo, nas séries finais do ensino fundamental, apenas 5% dos professores de física têm licenciatura na área. Em química, apenas 10,4% dos docentes têm formação adequada. Em biologia, 16,4%. Mesmo em língua portuguesa, a disciplina dessa fase que mais possui professores com formação adequada para o ensino da matéria, os qualificados não passam de 65% do quadro de profissionais da área. No ensino médio, as áreas que “lideram” as estatísticas da inadequação entre diploma universitário e matéria dada em sala de aula são um pouco diferentes do fundamental. Além da física, em que apenas 25,1% dos docentes que lecionam a disciplina têm formação na área, em química, 28% dos profissionais dão aulas sem qualificação adequada. Faltam também professores especialistas de língua estrangeira e de educação artística, por exemplo.
Carlos Eduardo Sanches, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), afirma que a realidade preocupa os gestores. “A formação dos professores tem tudo a ver com a qualidade de ensino. Não há como pensarmos em melhorar a educação sem investirmos nisso”, afirma. Um estudo feito pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), com base nos dados do Censo Escolar de 2007, mostra que os Estados com maior número de professores sem formação adequada (incluindo aqui os docentes leigos que atuam nas redes) são os que têm pior desempenho do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O presidente da Undime, que é secretário municipal de Educação na cidade de Castro, no Paraná, diz que os dirigentes são “obrigados” a contratar profissionais sem a qualificação ideal. Ele conta que, quando começou a gerenciar o sistema educacional de Castro, em 2005, 43% dos professores não tinham curso superior. Hoje, o número caiu para 28%.
“Ainda hoje contratamos professores que só possuem ensino médio porque existe uma lacuna muito grande a ser preenchida. Faltam professores nas áreas de biologia, química, física. Mas, junto a isso, investimentos em formação. Os que não têm graduação vão para a universidade e os que têm fazem pós. Temos de fazer um planejamento a longo prazo”, pondera. Para isso, reforça Carlos Eduardo, a União precisa investir mais recursos em estados e municípios. Professora eventual da rede pública de Santos, litoral de São Paulo, Daiane Santos ainda não terminou a faculdade e já enfrenta as dificuldades da profissão. Prestes a se formar em história, ela passa a semana preparando aulas de matemática para os alunos do 7º ano do ensino fundamental. Ao passar no concurso para temporários, Daiane teve de procurar por vagas ociosas de professores efetivos para conseguir dar aulas. Só conseguiu em matemática, na qual a escassez de profissionais é grande. “O professor que seria o ‘dono’ dessas aulas está em licença e deu a entender que não deve voltar neste ano. Então eu devo continuar com as aulas dele”, conta.
Para preparar o conteúdo, ela se vale do fato de ter concluído o ensino médio há poucos anos. “Não estou tendo dificuldades para rever as matérias e ensinar. Meu problema, às vezes, é com alunos que rejeitam o fato de eu ser professora substituta e acham que não precisam fazer os exercícios, mas até isso eu consigo contornar”, garante. Jussara Regina Avele Knopik leciona matemática para turmas de 2º e 3º anos do ensino médio há quatro anos. Concursada para trabalhar 40h na rede estadual do Paraná, ela também é escalada para atuar como professora de física. As aulas de física, como conta, sempre “sobram” na escola, por falta de professores. Como gosta do assunto, ela procurou fazer novos cursos para aprender mais do que o estudado na faculdade, onde teve aulas de física por quatro semestres. Ela já fez cinco, incluindo um em astrofísica, oferecido pelo MEC em parceria com o Observatório Nacional. “Quando tiver mais tempo, quero fazer um curso de ensino a distância na área”, afirma.
Veridiana Dias, de Arealva, interior de São Paulo, também é professora temporária. Por causa disso, não escolhe a aula que é capacitada para dar. Quando a escola da rede estadual que a contrata chama, ela tem de lecionar o que vier. “Eu moro perto da escola e, às vezes, eles me ligam no horário da aula porque o professor faltou e não avisou com antecedência. Tenho de ir com a cara e com a coragem, sem ter tempo de me preparar”, conta a docente, formada em letras, com habilitação em português e espanhol, e que já teve de lecionar física, sociologia e inglês. A experiência tem sido tão desagradável que Veridiana, mesmo tendo passado no concurso para efetiva, pensa em deixar a carreira na rede pública em breve. “Estou fazendo pós-graduação em espanhol e pretendo trabalhar com empresas ou na rede particular”, lamenta. (IG)
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